Sobre
o Autor
RAPHAEL
MONTES
Raphael
Montes nasceu no Rio de Janeiro, em 1990. Formou-se em Direito pela UERJ.
Publicou contos em diversas antologias de mistério. Suicidas, seu romance de
estreia, foi finalista do 1º Prêmio Benvirá de Literatura. Para mais
informações, visite o site: www.raphaelmontes.com.br.
Sinopse
do livro
Um porão, nove jovens e uma Magnum 608. O que poderia ter
levado universitários da elite carioca – aparentemente sem problemas – a participar
de uma roleta-russa? Um ano depois do trágico evento, que terminou de forma
violenta e bizarramente misteriosa, uma nova pista, até então mantida em
segredo pela polícia, ilumina o nebuloso caso. Sob o comando da delegada Diana
Guimarães, as mães desses jovens são reunidas para tentar entender o que
realmente aconteceu, e os motivos que levaram seus filhos a cometerem suicídio.
Por meio da leitura das anotações feitas por um dos suicidas durante o fatídico
episódio, as mães são submersas no turbilhão de momentos que culminaram na
morte de seus filhos. A reunião se dá em clima de tensão absoluta, verdades são
ditas sem a falsa piedade das máscaras sociais e, sorrateiramente, algo maior
começa a se revelar.
Resenha
O que você
diria se soubesse a hora de sua morte? Quais seriam suas últimas palavras? Suas
últimas ações? Será que o mundo lembraria de você?
“Estou aqui por você leitor!
” – Alessandro
O livro conta a história de nove
jovens que decidem se suicidar com uma roleta russa, também aborda a vida
desses jovens uns dias antes da data fatídica, assim como os depoimentos das mães
um ano depois da roleta. A ideia do suicídio surgiu de um caso abordado pela
imprensa, onde quatro jovens americanos, com uma pistola, foram fazer tal "brincadeira" com a sorte.
Uma coisa que chamou minha atenção, foi que o livro policial
escrito pelo protagonista do livro é o nome do novo lançamento literário do autor,
mas quem ler o livro irá entender melhor esse ponto.
As dores e os arrependimentos de uma mãe que sofre a perda do filho, o querer voltar no tempo e impedir os erros, o não entender como foi deixar passar as pistas do que veio a acontecer, os dramas adolescentes, a maldade encrustada na alma do homem, drogas, sexo, raiva, amor, morte, desilusão, perda. É isso e mais um pouco que o livro aborda.
Teve situações, uma em particular, que eu só pensava "Nossa,
não acredito!". Acho que horrorizada, chocada e enojada dos personagens é
pouco para descrever minha reação a certas cenas, uma vez que algumas eram
sádicas e doentias, a descrição das atrocidades mais baixas que alguém perdido
e sem futuro é capaz de cometer - " A
podridão do homem".
Por mais mórbido que eu soubesse que o livro seria, eu me vi
querendo mudar o final, eu sabia como tudo iria terminar, mas me peguei
torcendo para que não ocorresse daquele jeito. Ainda assim, o final me
surpreendeu e foi além de todas as minhas expectativas.
De um jeito estranho - e talvez doentio? Não sei – me afeiçoei
aos personagens e muitas vezes entendi suas motivações, por mais erradas e
contraditórias que elas fossem.
“ (...) eu queria saber
exatamente o que iria acontecer. Por mais macabro que fosse. Por mais louco. E
eu não me importo. Não se importe você também. Ninguém está olhando... Ninguém
vai nos condenar por estes segundinhos de sordidez...” – Alessandro
A escrita do Raphael é tão incrível que, pela primeira
vez, fiquei muito tensa ao ler cada linha, senti meu coração acelerado e ansioso com cada acontecimento, me senti angustiada com as cenas mais sombrias e
misteriosas, assim como abalada com algumas atitudes cruéis dos personagens.
Teve horas que tive de respirar fundo para continuar a ler, de tanto que me impactei
e me agoniei, pois senti como se eu estivesse no galpão, vendo a roleta russa
se desenrolar e uma morte acontecendo atrás da outra, porém sem poder fazer
nada para impedir.
“ Espero que você
esteja sentindo o mesmo que eu. Um sopro frio percorrer as entranhas, os pés
gelados, os pelos eriçados sem um motivo racional. ” – Alessandro
Foi triste e interessante ver os depoimentos das mães após um
ano da fatalidade. Achei o trabalho do autor bem realista, me senti comovida
com a dor, a raiva e a frustração de cada mãe. Foi emocionante e instigador no
ponto certo, sem parecer falso ou forçado.
E o fim da história me deixou admirada, embasbacada, não tenho nem
palavras para expressar minha reação ao fechar o livro.
A escrita do autor é fluída, gostosa e fácil de ler, além de
ser inteligente, instigante e impactante, principalmente para um livro de
estreia.
A narrativa é dividida em primeira pessoa, contada pelo Alessandro
– essa parte da narrativa se divide em duas, as cenas de antes da roleta russa
e durante a mesma – e em terceira pessoa, no formato de depoimentos policiais.
“ Nunca acreditei na
eficiência das palavras. Como escritor, brinquei com elas tempo suficiente para
perceber que não dizem nada, podem ser forjadas, como a embalagem bonita de um
bombom recheado” – Alessandro
A visão do Alê é leve e irônica, o que contribui para você se
envolver mais com a narrativa. O livro possui algumas situações engraçadas e outras
que fazem você refletir, mesmo o tema sendo soturno.
Uma coisa interessante que aprendi com o livro, foi que meu
nome é um palíndromo, ou seja, de trás para frente ele possui a mesma escrita e
pronúncia A-N-A. Achei engraçado e como foi uma novidade para mim, decidi
dividir com vocês.
Nesse livro, você tem acesso a uma vasta carga de sentimentos
e reações que mexem com seu emocional, tal qual as dores e a revolta de uma mãe que sofre com a morte do filho sem uma explicação
lógica, assim como os sofrimentos e angústias de um jovem sem rumo.
O livro é maravilhoso e provavelmente será um dos melhores do
ano, quiçá o melhor! Por isso, ele não merecia outra nota além de 5 estrelas,
definitivamente todos deveriam ler, ele se tornou um favorito, sem
sombra de dúvidas!
Bem pessoal, por hoje ficamos por aqui.Como vocês notaram eu mudei minha forma de avaliação dos livros (de 1 a 5 estrelas) e o formato da resenha. Espero que vocês gostem dessa nova forma!
Beijinhos
Carol
Adorei sua resenha!
ResponderEliminarEsse é exatamente o tipo de livro que eu gosto de ler e com certeza eu vou ler. Já tive algumas experiências com romances "policiais" nacionais e amei todas.
Eu estou adorando essa nova safra de escritores brasileiros, são muitas surpresas boas (como o autor de "olhos negros". ;) ).
Adorei seu blog, sua resenha e tudo!rs
Beijo
Que bom que gostou do blog Daniella, eu amei o seu, você me deixou super ansiosa para ler "Olhos Negros"! E você tem toda razão, os autores brasileiros que estão surgindo são maravilhosos e tem me impressionado muito positivamente. Leia esse livro, você não vai se arrepender, a escrita do Raphael é maravilhosa e a história nem se fala!
EliminarJá estava com vontade de ler,com sua resenha fiquei mais ainda,é ótimo ver escritores brasileiros novos ganhando seu espaço.
ResponderEliminarAh que bom Juliana, espero que leie e goste. Realmente é ótimo ver esses autores nacionais que são maravilhosos!
EliminarBeijos